As centrais sindicais unidas do Distrito Federal (CTB, Força, CGTB, UGT e
NCST) e o movimento estudantil (UNE, UBES, UESB) estão decididos a não
dar sossego às reuniões do COPOM que definem a taxa de juros. Prova
disso foi a manifestação de cerca de 1000 participantes que lotou a
frente do Banco Central nesta terça-feira às 9h00, que teve como tema
"Juros Não! Trabalho, Saúde e Educação".
O
protesto iniciou-se ainda na segunda-feira (05/03), com uma panfletagem
denunciando à população o problema dos juros altos, realizada na
Rodoviária do Plano Piloto. O ato desta terça (06/03) manteve a tônica,
com a exigência por uma queda mais rápida dos juros, a crítica aos
cortes orçamentários nas áreas de saúde e educação e a denúncia dos
impactos negativos dessa política monetária que reúne superávit primário
elevado, juros altíssimos e política de câmbio para a indústria
nacional e a qualidade dos empregos.
Além
das centrais sindicais, o ato contou com o Sindicato dos Aposentados e
com o movimento de mulheres, mas foi graças à mobilização estudantil,
capitaneada pela UBES e com o apoio da UNE, que o ato se tornou um
sucesso de público, com a presença de escolas importantes do Distrito
Federal que levaram a maioria dos participantes para essa primeira
manifestação. Segundo Matteus Diniz, da UBES, "a luta das centrais
sindicais contra essa política monetária também é a luta dos estudantes,
porque é por causa dessa política do passado, e num contexto de crise,
que são cortados recursos da saúde e da educação, e que se nega a
reivindicação de 10% do PIB para a Educação". O Presidente da UJS-DF,
Tiago cardoso, reforçou a importância da luta dos estudantes ao lado dos
trabalhadores da educação, nesse momento em que o compromisso real do
governo deve ser medido em função do financiamento da educação pública.

Para o Presidente da CTB-DF, Moysés Leme, "a política de juros altos
sangra o trabalhador brasileiro, e é necessário que a Presidenta Dilma
reafirme seus compromissos com o desenvolvimento brasileiro". Para Mário
Lacerda, do SAEP-DF, "é fundamental aproximar ainda mais o movimento
dos estudantes e dos trablhadores para fortalecer a luta por um pacto
pelo emprego e pela educação de qualidade, o que só se fará com
recursos". Já Paulo Vinícius, da Executiva Nacional da CTB, destacou que
"o impacto dos juros é sentido nas casas de todos, quando um pai de
família não pode comprar um material escolar, ou corta na alimentação e
no vestuário, porque os juros comem um pedaço importante do seu salário,
e a culpa dissop é dos senhores reunidos no BC, que definem a táxa que é
referência para todas as demais. O BC é uma mãe para os banqueiros, que
pegam dinheiro lá fora a 0,25% e vem aqui ganhar 10,5% nas costas de
quem produz".
As centrais e os estudantes avaliaram como um grande êcxito para um
primeiro protesto a mobilização de cerca de mil participantes e já
agendaram um novo protesto para a próxima reunião do COPOM, que está
prevista para 10 de maio, reforçando o movimento nacional que tem se
realizado na Avenida Paulista. De agora em diante, o COPOM se reunirá
com a voz rouca das ruas a questionar a motivações de suas decisões, se
são tomadas em favor do Brasil ou em função dos interesses dos
especuladores que prejudicam o país.
Paulo Vinícius Silva
do blog http://coletivizando.blogspot.com/